segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Amigo é coisa para se guardar...


No lado esquerdo do peito....

Sei que essa música é super piegas, mas está desde ontem na minha cabeça...

Desde pequena sempre fui muito comunicativa, sempre estive rodeada de velhos amigos, nunca tive dificuldade de fazer novos... mas desde pequenina algumas pessoas marcaram a minha vida... umas de maneira menos participativa, como a Mari... outras que eu pensava que seria pela vida toda, mas estiveram presentes apenas por um período, no caso, um longo período, da minha vida... como a Chris. Mas tem uma pessoa que está presente desde que eu me considero gente e ao meu lado todos os dias desde então... A Sips...

Essa é uma garota especial. Pequenina e franzina tem o maior coração desse mundo. Sabe aquela pessoa que está sempre disponível para você?

Tenho mais três amigas que se enquadram nesse quesito, mas hoje a homenagem é para aquela que está tão longe de nós. Prometo que falarei sobre cada uma das garotas que estão no meu coração como minhas melhores amigas, mas hoje, a cena é da Sips!

Nos conhecemos no começo do primário, ela tinha o meu tamanho e era bem magrelinha... fazia ginástica olímpica e o pouco corpo que tinha era todo definido... o esporte durou por longos anos, me recordo de viagens em nossa adolescência e ela fazendo abdominais para não perder a forma... enquanto ela fazia levantamento de peso a gente fazia de copo e assim o nosso esporte prevaleceu e ela foi aos poucos desisitindo do dela!

Com o passar dos anos foi se tornando cada vez mais uma pessoa ligada ao natural e ecológico... diria até que passou por uma fase bem bicho grilo! Alguém se lembra do chapéu de duende numas férias na praia? E aquela viagem toda de que fadas e duendes existiam... Acho que temos até uma foto comprovando esse momento!

Além daquele pé cascão que ela sempre teve, a gente tudo patricinha (ou se esforçando para ser): a mala da Gabe com secador de cabelo e scarpim, eu com todos os decotes do mundo, a Rê com aquelas calcinhas obsenas e a Pris toda gostosa com aquele gingado que eu sempre tentei fazer porque era super sexy (sabe amiga? Aquele rebolando descendo?)... E lá vinha ela, pé descalso, saia amassada, regatinha básica, sempre no maior estilo hippie!

Desde o princípio fomos muito próximas, mas passamos por uma fase de menos contato, ao longo do colegial nos distanciamos, mas sempre mantendo aquele carinho intenso quando nos víamos... no final do terceirão nos reencontramos e foi como se nunca tivéssemos nos distanciado! Aí sim começou um grude!

O que essa menina me salvou em provas, vou dizer! Gabe, só tive o upgrade entre salas porque colei um bimestre inteirinho dela! Pena que não prestamos o mesmo vestibular, porque se dependesse dela passávamos nós duas!! Mas nesse momento de nossas vidas cada uma seguiu seu caminho...

Isso é muito engraçado inclusive, como a gente consegue conviver e se dar tão bem com pessoas tão diferentes de nós?? Nesse grupo de amigas que somos cada uma trilhou um caminho diferente, eu diria na verdade, beeeeem diferente. Mas cada uma de nós representa uma parte dessa amizade, sendo impossível substituir ou excluir...

Todas nós fomos nos tornando cada vez mais ligadas e próximas, foram tantos, mais tantos fins de noite com filmes de terror e brigadeiro... algumas baladas, outros bares... várias viagens!!! Quase todas para o mesmo destino!!

Quantas risadas, daquelas de fazer xixi na calça... confesso, não é de propósito mas nós formamos um grupo hilário!! Seja pelas semelhanças ou pelas diferenças cada uma tem sua porção hilária de ser!! Contagiante!

Mas também, quanto choro, mágoas, brigas entre nós, desentendimentos, mas nada que durasse mais de uma semana! Sempre soubemos dar o ombro amigo quando a outra precisava... o ombro, o colo, as pernas, as costas, aquele "muntuê" de mulher uma em cima da outra para ficar bem pertinho!

Mas agora ela foi para longe, assim como eu, a Pris e a Gabe já fomos... cada uma por seu tempo, mas todas nós fazendo uma falta enorme!! Enorme!!

Acho que o mais difícil para todas é saber que não sabemos quando ela volta! A vozinha na minha cabeça diz que ela vai se descobrir uma outra pessoa lá longe e irá se encontrar, tanto profissionalmente como pessoalmente! E por isso, eu fico muito feliz! Ou melhor, creio que eu possa falar por todas, por isso, nós ficamos muito felizes!! E sabemos guardar a saudade naquele compartimentozinho do coração que quase esquecemos! Não dela... mas da falta que ela faz em nossas vidas aqui! E vamos tocando pelo tempo que for!!

Quem sabe a gente não muda o roteiro de nossas viagens e vai para lá visitá-la?! Que tremenda surpresa que seria, hein??

Bom, já disse bastante (para variar)... Fica aí uma linda poesia, que, inclusive, será minha homenagem à vocês, minhas queridas amigas, na minha tese!

Um beijo, amo todas vocês!

“Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que ‘normalidade’ é uma ilusão imbecil e estéril”.

(Amigos, de Oscar Wilde)



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